Mês: fevereiro 2020

Os outros “M´s” na análise de causas

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Existem muitas maneiras de analisar a ocorrência dos desvios da qualidade e buscar encontrar as causas raízes que provocaram tais desvios. Cuidar para evitar recorrências é atividade de rotina de muitos técnicos e analistas que usam uma infinidade de ferramentas da qualidade em estudos detalhados e criteriosos.

Atenção ao “Momento” no estudo da causa raiz

Um dos muitos pontos interessantes, que eu considero como crítico, no tratamento de desvios da qualidade é a variável tempo. Em outras palavras, além dos famosos 6M’s na análise dos problemas, coloco mais um “M” que merece atenção, em outra dimensão, e que deve ser levado em conta com os demais, a saber: Materiais, Máquinas, Métodos, Mão de Obra, Medidas e Meio. Este “M” é o “M” de “momento”.

Analisar a hora, o dia e o mês da ocorrência, pode nos conduzir a certos horários críticos nos quais aumentam as possibilidades de desvios; e assim, estabelecer medidas preventivas eficazes. Isso, seguramente, ode evitar possíveis recorrências.

Evitando a “Má-fé” como causa raiz

Outro “M” nos leva a casos históricos de constrangimentos que colocaram empresas e suas marcas na mídia causando prejuízos e perdas.  Este “M” está dissimulado no braço do “M” da mão de obra e, muitas vezes, é imediata e erradamente pinçado como referência na busca da causa raiz.

Colocando em exemplo:

Em março de 2015, a presença de um parafuso dentro de um frasco de suspensão oral, provocou uma grande empresa farmacêutica a recolher de maneira voluntária todas as unidades do lote suspeito. A resposta de como o parafuso foi parar dentro do frasco foi um exercício obrigatório para os técnicos da companhia.

Poderiam existir muitos indícios. Causas possíveis? Várias. Afinal, um corpo estranho em frasco de medicamento é um erro que ocorre há décadas! Em outras palavras, a empresa não estava a protagonizar o primeiro caso de parafuso dentro da embalagem primária…

Empegando os 6 “M’s”, o “M” de máquina poderia ser o escolhido, quando por questões de ajuste, uma trepidação indesejada teria provocado a queda do parafuso. O “M” de método também poderia ficar bem cotado, quando por questões de “setup” ou de liberação de linha, o desvio teve oportunidade de ocorrer.

O “M” de mão-de-obra poderia ser forte candidato se houvesse indícios de falta de treinamentos específicos.

O perigo em análise e tratamento de desvios da qualidade deste tipo é trabalhar, de imediato, com as hipóteses não declaradas de “M’s” que ficam dependuradas no “M” da mão-de-obra. Uma delas, um desvio da qualidade “plantado” pelo “M” de “Má-fé”…

…Isso mesmo! “O parafuso foi colocado propositadamente por alguém com má-fé!”.

Apesar de ser o pior dos “M’s” não deve ser considerado de imediato.

Uma análise mais apurada pode indicar que a causa raiz para a ocorrência de desvios assim pode estar no “M” do “Meio”, uma vez que os ambientes de trabalho sem os devidos controles propiciam ações delituosas.  Em outras palavras, uma demissão não trata a causa raiz e a empresa continua vulnerável a outros ataques do mesmo tipo!

Originalmente publicado em 3 de maio de 2018

Licença Creative Commons
O trabalho “Os outros “M´s” na análise de causas – “Momento” e “Má-fé”” de Carlos Santarem está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

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BRUCE HENDERSON – (1915-1992)

Formado em Engenharia, atuou na área de planejamento estratégico na General Electric e como consultor na Arthur D. Little. Fundou o Boston Consulting Group, em 1963.

Henderson criou diversos modelos empresariais, entre os quais se destacam a curva de experiência, que prova que os custos diminuem à medida que a empresa adquire mais experiência, e a matriz BCG, que compara o crescimento de um mercado com a quota de mercado de uma empresa

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