Será verdade!? Eu não acredito!
Nessa seara de milhares de notícias sobre o impacto da pandemia em nossas vidas, chega até nós muita informação e imagens que nos causam espanto, surpresa e dor. Separar o joio do trigo é muito difícil; separar a verdade da mentira deslavada, é tarefa que temos de fazer diariamente no sentido de evitar o engano.
Está correndo na mídia um vídeo de um enfermeiro que chega em casa e não permite que seu filho o abrace, mantendo-o distante. Depois, o enfermeiro ajoelha-se e chora. Linda a cena; comovente. E a fonte é respeitável.
O fato é que toda e qualquer fonte, utilize ela qualquer suporte de transmissão da informação (por papel ou na forma digital), está sujeita a noticiar eventos que merecem ser questionáveis, antes de qualquer coisa. No caso do enfermeiro, fica gritante um comportamento profissional totalmente incompatível com as boas práticas, o que nos permite dizer: “Até prova em contrário, esse filme é “fake”, e dos mais fracos!”
Isso porque, para os profissionais da saúde, fica muito difícil imaginar que o indivíduo chega em casa com o seu uniforme da rotina hospitalar. Imagina ele saindo do hospital, passando por dezenas de pessoas até o estacionamento, pegando o seu carro e voltando para a casa? Quantas pessoas ele contaminaria se estivesse com a sua roupa de trabalho? É possível imaginar que um enfermeiro não tem o conhecimento mínimo necessário para saber o grau de risco de uma atitude assim!? Um vídeo desse, chega a ser falta de respeito com os meus amigos e amigas enfermeiras de boa academia de formação!
Chegar em casa e cuidar de tirar sua roupa de rua, tratar de higienizar-se, antes de falar com os familiares é um procedimento básico. Mas com as roupas usadas no hospital!?
Pior, o indivíduo, ainda chega em casa com uma máscara dependurada na orelha!!! Em outras palavras, ao invés de, antes, descartar a sua máscara ao sair do hospital ele a leva para casa, na orelha!
Sabemos que profissionais da saúde não podem sair com jalecos e outras vestimentas usadas nos ambientes hospitalares e ficar circulando por aí. Por essa razão, da minha parte, não posso acreditar. Ou melhor, espero (e até torço muito) mesmo que seja uma mentira. Se não for, que nome poderemos dar a tamanha irresponsabilidade?
Aberto a comentários…
Carlos Santarem – 29 de março de 2020
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