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Este artigo é construído sobre um artigo meu (“O tempo de atenção de um adulto”) e está também baseado em minhas observações a respeito de treinamentos corporativos. Assim, antes de qualquer coisa, não está carregado de embasamentos de cunho científico consagrado, mas impregnado, apenas, de uma experiência profissional de décadas em treinamentos de adulto, tanto em turmas de pós-graduação, como em eventos de capacitação realizados em empresas de vários segmentos.
Alguns estudiosos questionam sobre o tempo limite de concentração de um adulto em determinado tópico. Podem existir muitos números diferentes, mas, o mais importante, é a discussão em si deste tema e como podemos extrair dele os benefícios em treinamentos.
Mais importante ainda é esse assunto, quando os exercícios ocorrem dentro da empresa, em um cenário no qual as urgências chegam quase que a toda hora; os celulares enviam mensagens de textos para os participantes, tentando sequestrá-los dos treinamentos, em nome de assuntos críticos.
Alguns estudos dizem que o tempo médio de retenção de conteúdo para um adulto normal é de 7-12 minutos. Saber trabalhar com esse tempo, alternando as ferramentas de acordo com este “lead-time”, ao mesmo tempo em que estimulando o pensamento crítico e a discussão, pode permitir ao Instrutor elaborar treinamentos densos, dinâmicos, agradáveis e em cargas horárias mais reduzidas do que as habituais. Essa técnica está intimamente associada à metodologia andragógica.
Acontece que hoje novos entrantes se apresentam como colaboradores. Podemos identificá-los com o perfil de uma nova geração que passa a ocupar espaço nas operações e também em cargos de liderança. Tais colaboradores, de uma nova geração, pensam diferente? Tem interesses diferentes? O tempo de retenção de conteúdo para essa geração pode ser considerado o mesmo?
Frente a tais questões, temos de repensar nossos treinamentos e adequá-los a uma nova situação. Até para reter os valores!
Sabemos que gerações de indivíduos têm suas características próprias e até são nominadas por estudiosos. Não faltam nomes; “Baby Boom”, X, Y ou Z, entre outros. Cada uma delas, tem como referência o ano de nascimento da pessoa e, apesar dessa data não ser consenso em muitos trabalhos, nos dá uma ideia global do perfil de cada geração.
A “Geração Y”, que engloba os sujeitos nascidos por volta de 1990 tem atributos próprios. Novas tecnologias não a assustam, muito pelo contrário, e a busca por informação imediata e útil, é uma constante em sua rotina, além de outras características.
É exatamente focando nessa questão que proponho um repensar sobre o tempo de retenção do adulto, quando elaboramos, ou revisamos, treinamentos. Pode ser que não mais seja de 7 a 12 minutos, do meu ponto de vista. Pode ser que tenha caído vertiginosamente! Será? Eu estimo ciclos de 3 a 8 minutos.
Ainda não tenho respostas bem consolidadas, mas tenho feito treinamentos em grandes empresas utilizando essa nova forma de enxergar o aprendizado de adultos e as avaliações de reação têm se mostrado muito boas. Os resultados, em termos de fixação de conteúdo, têm sido positivos.
Enquanto isso, penso que temos de nos preparar para uma nova fase, uma vez que a “Geração Z” já chega às empresas com as suas expectativas e seu modo (diferente) de encarar a vida, o trabalho e o emprego.
Em outras palavras, bons treinamentos têm de ser preparados para audiências heterogêneas e levando em conta também os diferentes perfis das gerações.
O trabalho “O tempo de atenção de um adulto está mudando…” de Carlos Santarem está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
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