Tire a bunda da cadeira
Tire a bunda da cadeira
15/01/2018
Em minhas aulas de pós-graduação costumo lembrar que nenhuma metodologia empregada em gestão da qualidade pode ser efetiva em um sistema completo sem uma ferramenta efetiva e indispensável. Esta ferramenta, cuja sigla eu uso de uma maneira contundente para facilitar a memorização dos meus alunos é a TBC. Em outras palavras “Tire a bunda da cadeira!”.
A TBC é um modo de gerenciar que nos leva ao campo dos processos, onde ocorrem as operações do seu negócio ou da área a qual você gerencia. Pode ser conduzindo você para o chão de fábrica ou para um balcão de uma loja.
As vantagens da ferramenta são inegáveis. No entanto, sua aplicação é extremamente difícil. Não é fácil para a TBC, abduzir você de sua mesa de trabalho, com toda a papelada que exige sua análise e aprovação; com tantas reuniões a serem agendadas; com as dezenas de telefonemas e outros contatos que você tem de fazer; com tantas coisas, muitas inúteis, que se apresentam como prioridades inadiáveis e com alguns desvios da qualidade que chegam à sua sala como formulários frios ou como informações de técnicos preocupados com a questão.
Quando aplicada, logo no seu primeiro dia, ela mostra a você cenários inimagináveis. Oferece a você possibilidades de correção de rotas e oportunidades de melhorias que estavam antes encobertas por um véu que só a TBC é capaz de descortinar. Além disto, ajuda a criar um ambiente propício de ligação entre você e o pessoal de campo, de maneira sempre respeitosa, mas, literalmente, desarmada, quando a sua prática é rotineira. Não se assuste, no entanto, se a sua primeira ida provocar situações de surpresa e apreensão. Casos existem mostrando que a ida de muitos gestores ao chão de fábrica é conhecida por toda a fábrica antes de ele sair de sua sala. Isto mesmo. O famoso “correio de corredores” mais rápido do que qualquer “Wathsapp” se incumbe de distribuir o recado: “Corre que a diretoria vem aí!”.
Com o passar do tempo, com suas idas acontecendo de forma regular, com a sua postura adequada, deixando de lado qualquer atitude policialesca, seus colaboradores não só receberão sua presença muito bem, como estarão prontos a lhe oferecer sugestões valiosas.
A filosofia japonesa “Gemba Walk” e o conceito americano da ferramenta MBWA “Management By Walking”, inspirada no estilo de David Packard, na verdade, abraçam a sigla TBC e a suportam com suas metodologias.
Certo é que, seja em japonês, em inglês ou em qualquer outro idioma, se você quer ter sucesso “Tire a bunda da cadeira!”.
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“Tire a bunda da cadeira” de Carlos Santarem está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
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