Mês: maio 2021

Tire a bunda da cadeira

Tire a bunda da cadeira

15/01/2018


Em minhas aulas de pós-graduação costumo lembrar que nenhuma metodologia empregada em gestão da qualidade pode ser efetiva em um sistema completo sem uma ferramenta efetiva e indispensável. Esta ferramenta, cuja sigla eu uso de uma maneira contundente para facilitar a memorização dos meus alunos é a TBC. Em outras palavras “Tire a bunda da cadeira!”.

A TBC é um modo de gerenciar que nos leva ao campo dos processos, onde ocorrem as operações do seu negócio ou da área a qual você gerencia. Pode ser conduzindo você para o chão de fábrica ou para um balcão de uma loja.

As vantagens da ferramenta são inegáveis. No entanto, sua aplicação é extremamente difícil. Não é fácil para a TBC, abduzir você de sua mesa de trabalho, com toda a papelada que exige sua análise e aprovação; com tantas reuniões a serem agendadas; com as dezenas de telefonemas e outros contatos que você tem de fazer; com tantas coisas, muitas inúteis, que se apresentam como prioridades inadiáveis e com alguns desvios da qualidade que chegam à sua sala como formulários frios ou como informações de técnicos preocupados com a questão.

Quando aplicada, logo no seu primeiro dia, ela mostra a você cenários inimagináveis. Oferece a você possibilidades de correção de rotas e oportunidades de melhorias que estavam antes encobertas por um véu que só a TBC é capaz de descortinar. Além disto, ajuda a criar um ambiente propício de ligação entre você e o pessoal de campo, de maneira sempre respeitosa, mas, literalmente, desarmada, quando a sua prática é rotineira. Não se assuste, no entanto, se a sua primeira ida provocar situações de surpresa e apreensão. Casos existem mostrando que a ida de muitos gestores ao chão de fábrica é conhecida por toda a fábrica antes de ele sair de sua sala. Isto mesmo. O famoso “correio de corredores” mais rápido do que qualquer “Wathsapp” se incumbe de distribuir o recado: “Corre que a diretoria vem aí!”.

Com o passar do tempo, com suas idas acontecendo de forma regular, com a sua postura adequada, deixando de lado qualquer atitude policialesca, seus colaboradores não só receberão sua presença muito bem, como estarão prontos a lhe oferecer sugestões valiosas.

A filosofia japonesa “Gemba Walk” e o conceito americano da ferramenta MBWA “Management By Walking”, inspirada no estilo de David Packard, na verdade, abraçam a sigla TBC e a suportam com suas metodologias.

Certo é que, seja em japonês, em inglês ou em qualquer outro idioma, se você quer ter sucesso “Tire a bunda da cadeira!”.

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O Seiri e a importância da reciclagem

O Seiri e a importância da reciclagem

15/05/2021

Vamos falar de Seiri e o Dia Internacional da Reciclagem, uma data instituída pela UNESCO e comemorada em 17 de maio.

O Seiri é um dos sensos do Programa 5S. Com o tempo, o programa foi abraçando outros sensos e, atualmente, podemos dizer que são nove os sensos da qualidade consagrados.

Seiri veio para o Brasil e foi batizado como Senso da Utilização. Esse senso busca criar a cultura de manter no ambiente somente aquilo que é imperativo para as necessidades comuns ao próprio ambiente e às pessoas que nele estão e atuam.

As vantagens são enormes; o senso quando colocado em prática, assegura que nenhum material incompatível estará nos ambientes de trabalho aumentando, assim, o espaço destinado às operações e melhorando o fluxo de materiais e pessoas.

Podemos destacar ainda um melhor fluxo de materiais, pessoas e informação; a melhoria na busca de ferramentas, peças e outras utilidades; a diminuição de desperdícios; a diminuição dos “lead times”; uma manufatura enxuta; o aumento da produtividade; a obtenção de recursos financeiros através da venda de sucata e a identificação de peças e documentos importantes para a história da empresa.

É certo que Seiri não resolverá tudo e, para isso, outros sensos existem, mas o fato é que a importância de Seiri nas questões da qualidade, produtividade e das boas práticas é inegável.

As principais orientações de Seiri são a doação, a reciclagem, a venda, o leilão e, por fim, o descarte.

Agora, quando comemoramos o Dia Internacional da Reciclagem, quando a humanidade parece perceber com mais clareza os ganhos da recuperação dos rejeitos para incorporá-los no ciclo de produção, fica evidente a importância do Seiri.

Isso porque, diante daquilo que, para nós, não se mostra com uma utilidade imediata, recebemos de Seiri uma orientação básica. Em outras palavras, dar um novo destino àquilo que agora toma espaço em nossas vidas e em nossas operações!

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Na teoria é fácil; no entanto, as ações no sentido de oferecer mais recursos para facilitar a reciclagem ainda estão muito aquém, tanto no sentido do amadurecimento da população, quanto na criação de políticas públicas.

Os dados brasileiros de 2018/2019, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), mostram que produzimos aproximadamente 55 trilhões de quilos de lixo por ano e o que enviamos para a reciclagem não corresponde a 1,3%.

Será possível imaginar o quanto podemos estar perdendo desprezando o Seiri e um de seus conselhos básicos que é dar um novo destino às coisas? Será que temos como medir o prejuízo?

Em matéria publicada pela CNN, em agosto de 2020, o Brasil perdia R$ 14 bilhões por ano com a falta de reciclagem adequada do lixo. Essa informação teve como referência os dados da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).

Embora os argumentos sobre a importância da reciclagem sejam irrefutáveis, vemos que estamos ainda engatinhando nesse processo evolutivo. Isso porque, à luz de um Programa 9S, Seiri não tem o poder de fazer tudo sozinho e, especialmente nesse caso, a reciclagem, precisa de outros sensos para fazer um mundo melhor, para criar ganhos para as pessoas e para as empresas.

Falta o Senso da Determinação e da União, falta o Senso da Autodisciplina, falta o Senso do Aprendizado e o Senso dos Princípios Morais e Éticos. Faltam outros sensos que em número de nove são imprescindíveis para os aspectos da qualidade, produtividade e das boas práticas.

Sobra-nos, com certeza, a vontade de levar a cabo uma nova maneira de cuidar de nossas coisas, entre elas, o nosso planeta. É um caminho sem volta.

Assim seja!


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 Referências:

Dia Internacional da Reciclagem: 17 de maio chama para engajamentoAcesso: 17/05/2021

Brasil deixa de ganhar R$ 14 bilhões com reciclagem de lixoAcesso: 17/05/2021


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Não são cinco os valorosos guerreiros

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Extraído do Livro O Reino dos Sensos (1)

2019/03/17

SoUno passou para os conselheiros as palavras de Siy Bila, que não havia decifrado: “três vezes três somam a força maior que sempre esteve ao lado deles, mas que não a enxergar é o mesmo que não evoluir no caminho dos homens”. Neste momento fez-se o silêncio. Os conselheiros pararam para pensar sobre as palavras da pitonisa e descobrir a resposta correta. Não era a primeira vez que Siy Bila deixava os conselheiros nesta situação.

Para Sábio San que sabia os caminhos que levavam ao futuro, a resposta veio mais rápida. Sábio San pediu a palavra e começou a desvendar o mistério. Disse Sábio San que todo o processo de melhoria teve início com três comandantes Seiri, Seiton e Seiso, mas ficou evidente que apenas os três, por melhores que fossem não seriam capazes de sozinhos, dar cabo de todo o programa.  Assim, quando Siy Bila falou de três vezes três era para que pensássemos em multiplicar a lealdade, a dedicação e a força destes três comandantes por três, somando ao grupo, mais seis comandantes. Esta soma faz nove, o resultado de três vezes três. Com isto, além dos novos comandantes já incorporados ao grupo – Seiketsu e Shitsuke – outros quatro soldados deveriam ser convocados.



Com a interpretação das palavras de Siy Bila, tudo ficou claro! Aqueles cinco comandantes seriam apenas uma parte de um exército conduzido por nove comandantes, os quais teriam o poder dos nove satélites de Saturno e a proteção de Titan, a Grande Lua.

Seiki Sei pediu a palavra. Ele lembrou o que disse a pitonisa na primeira viagem: “mas só um verdadeiro imperador pode recuperar-se a tempo e corrigir as suas falhas com a verdadeira nobreza e entendendo-se apenas como uma das partes”. Seiki Sei lembrou que SoUno, como uma das partes, teria de ser também um dos comandantes, mesmo sendo o imperador. Todos concordaram e caberia a este comandante ser o responsável de forma direta pela determinação e união. Assim foi feito e SoUno recebeu o novo nome de Shikari Yaro. O primeiro dos comandantes.


O trabalho “Não são cinco os valorosos guerreiros.” de Carlos Santarem está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição 4.0 Internacional


Nota do autor: Além dos cinco sensos consagraram-se mais quatro, a saber,  Shikari Yaro (Senso de Determinação), Shido (Senso de Aprendizado), Setsuyaku (Senso de Economia) e Shisei Rinri (Senso dos Princípios Morais e Éticos)


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O nosso cérebro pratica o Seiso e o Seiton

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O nosso cérebro pratica o Seiso e o Seiton

Ou, em outras palavras, ele trabalha de forma primorosa, com organização, guarda e descarte de informações.


O Seiton é um dos noves sensos e, na verdade, sua importância e seu nascimento o coloca como um dos três primeiros sensos apresentados ao mundo, naquilo que o mundo aprendeu a chamar de Programa 5S.

Esse senso é conhecido no idioma português como o Senso da Organização, um senso crítico para estabelecermos mudanças positivas em nossas vidas e em empresas dedicadas aos aspectos da qualidade.

Vários estudos mostram atualmente que nossa máquina (o cérebro) conta com uma eficientíssima bibliotecária (?) que ordena os assuntos por ordem de importância e de frequência de uso, armazenando-os e respeitando uma temporalidade predefinida.

Bendita essa bibliotecária cerebral que não permite a ocupação desnecessária de espaços de memória com dados e eventos considerados descartáveis. E como descartáveis, vão para um canto do cérebro que podemos chamar de “Arquivo Inativo” ou “Arquivo intermediário” com prazos determinados até sua destinação final.

Importante: Não tente chamar esse espaço de “Arquivo morto”, uma vez que esse termo deixa enlouquecido qualquer especialista em documentação.

“Se é morto, então, enterra!”. Vale para os arquivos físicos, eletrônicos e até mesmo os cerebrais!

A organização perfeita da biblioteca cerebral permite o resgate das informações e a esse resgate chamamos de memória. Quem diria… o Senso da Organização no cérebro!

O Seiton, outro senso, e conhecido como senso da utilização, também está todo o tempo nessa biblioteca e quando se depara com um dado que não tem nenhuma utilidade, depois de análises bioquímicas nas quais até a Dopamina está envolvida, simplesmente o descarta. Isso mesmo! Não pense que memórias sem utilidade são guardadas para sempre em nosso cérebro! Seiton age para liberar espaço e permitir que o cérebro trabalhe melhor.

A forma de encarar o processo de esquecimento depois de muitos estudos passou a ser vista de outra forma. O processo está ativo o tempo todo, durante a nossa vida.

Trabalhos existem mostrando que o esquecimento é vital para o cérebro saudável trabalhar bem as memórias e isso não é exclusivo da humanidade. Moscas e ratos em estudos de laboratório provaram ter a capacidade de esquecer; ou, em outras palavras, descartar aquilo que não nos serve mais, apenas existindo para nos prejudicar.

Estudos científicos sobre o esquecimento caminham no sentido de encontrar novas respostas e até tratamentos para muitas doenças, entre elas, a ansiedade, o estresse pós-traumático e doença de Alzheimer.

Seiso e Seiton na bioquímica cerebral… Essa não dá para esquecer!


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“O nosso cérebro pratica o Seiso e o Seiton” de Carlos Santarem está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional.

Referência: “A parte esquecida da memória” – Nature * Acesso em 10/05/2021

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O monumento da Galinha para a Ciência

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Estamos a cometer um erro histórico, não por ignorância, mas talvez pelo descaso que, durante décadas, vem criando uma nuvem de fumaça sobre a importância que um determinado animal tem para a população do planeta.

A humanidade tem se prestado a criar monumentos para animais pelos serviços que lhe prestou; entre eles, o cão, o gato, o urso, o cavalo e as cobaias de laboratório.

Sociedades também oferecem homenagens a animais que emprestam a imagem de força, de poder, nobreza e ética às instituições e países. Nesse caso, podemos ver as águias e os leões em muitos portais de prédios de governo, conferindo uma autoridade que nem sempre se reflete em suas políticas, infelizmente.

Um animal, no entanto, fica ao largo de todos os reconhecimentos, se prestando a salvar vidas através do sacrifício e da morte de seus embriões, em nome da manutenção da humanidade.  Eu me refiro à galinha que durante séculos é o animal que tem nos permitido desenvolver as vacinas do passado e ainda as do presente, permitindo-nos vencer as pandemias.

Difícil mensurar, de maneira precisa, o número de milhões de embriões que foram e têm sido sacrificados para a produção de vacinas. Difícil mensurar o benefício que tal prática pode propiciar a homens, mulheres e crianças em todo o mundo. Certo é que, não fosse assim, muito provavelmente eu não estaria escrevendo esta matéria, nem você a lendo, pelo simples fato de que as pandemias, sem controle e sem vacinas, exterminariam a todos.

Para desespero daquelas pessoas conhecidas como veganos, até que possamos desenvolver novas vacinas sem os ovos da galinha (estamos a caminho e bem adiantados), temos de ainda conviver com tais métodos para o salvamento de vidas humanas.

Assim, fica aqui o meu registro! Façamos uma bela e linda estátua para a galinha e, se possível, coloquemo-la em lugar de destaque, de preferência no topo de um belo prédio público para passar a ideia do maior sacrifício pela ciência humana.

Em nome da verdade, devo deixar claro que existem, no Brasil, monumentos com a referida ave, mas referem-se à importância da avicultura, o que não é o foco da questão. A visão que proponho é a sua importância na ciência propriamente dita.

Vale dizer que no topo do prédio do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, nós podemos ver a belíssima e imponente águia. Vale dizer também que, em outros prédios, o mesmo ocorre com outros animais. Daí, vale dizer que ficaria ela, muito bem no topo do Castelo Fiocruz, não fosse pelo fato de a construção ter sido tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1981. Merecida e justa homenagem, mas impossível de fazê-la no topo do castelo.

Então, porque não em Brasília, em ambiente nobre do prédio do Ministério da Saúde?

Quem sabe, em uma bela praça e em destacado monumento?

Para os negacionistas, reforço que não existe em minhas letras e palavras nenhuma ironia quando meu texto destaca o papel desse animal; também não existe uma “brincadeirinha” para fazer a estatua da galinha e sim uma proposta séria feita por um profissional da saúde com décadas de exercício de profissão.

Sejamos nós, como brasileiros, os primeiros a erigir tal monumento em função das muitas vidas que essa prática pode salvar.

Diante de tantos outros animais, a galinha fez e faz muito mais. Temos de reconhecer.

Existe uma superstição que diz que acariciar os testículos da estátua do touro de Wall Street traz sorte, prosperidade e dinheiro na vida.

Existe a evidência científica de que as galinhas, com seus ovos, não só matam a fome como estão salvando vidas.

Eu particularmente, em primeiro lugar, prefiro as galinhas!


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