O nosso cérebro pratica o Seiso e o Seiton
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O nosso cérebro pratica o Seiso e o Seiton
Ou, em outras palavras, ele trabalha de forma primorosa, com organização, guarda e descarte de informações.
O Seiton é um dos noves sensos e, na verdade, sua importância e seu nascimento o coloca como um dos três primeiros sensos apresentados ao mundo, naquilo que o mundo aprendeu a chamar de Programa 5S.
Esse senso é conhecido no idioma português como o Senso da Organização, um senso crítico para estabelecermos mudanças positivas em nossas vidas e em empresas dedicadas aos aspectos da qualidade.
Vários estudos mostram atualmente que nossa máquina (o cérebro) conta com uma eficientíssima bibliotecária (?) que ordena os assuntos por ordem de importância e de frequência de uso, armazenando-os e respeitando uma temporalidade predefinida.
Bendita essa bibliotecária cerebral que não permite a ocupação desnecessária de espaços de memória com dados e eventos considerados descartáveis. E como descartáveis, vão para um canto do cérebro que podemos chamar de “Arquivo Inativo” ou “Arquivo intermediário” com prazos determinados até sua destinação final.
Importante: Não tente chamar esse espaço de “Arquivo morto”, uma vez que esse termo deixa enlouquecido qualquer especialista em documentação.
“Se é morto, então, enterra!”. Vale para os arquivos físicos, eletrônicos e até mesmo os cerebrais!
A organização perfeita da biblioteca cerebral permite o resgate das informações e a esse resgate chamamos de memória. Quem diria… o Senso da Organização no cérebro!
O Seiton, outro senso, e conhecido como senso da utilização, também está todo o tempo nessa biblioteca e quando se depara com um dado que não tem nenhuma utilidade, depois de análises bioquímicas nas quais até a Dopamina está envolvida, simplesmente o descarta. Isso mesmo! Não pense que memórias sem utilidade são guardadas para sempre em nosso cérebro! Seiton age para liberar espaço e permitir que o cérebro trabalhe melhor.
A forma de encarar o processo de esquecimento depois de muitos estudos passou a ser vista de outra forma. O processo está ativo o tempo todo, durante a nossa vida.
Trabalhos existem mostrando que o esquecimento é vital para o cérebro saudável trabalhar bem as memórias e isso não é exclusivo da humanidade. Moscas e ratos em estudos de laboratório provaram ter a capacidade de esquecer; ou, em outras palavras, descartar aquilo que não nos serve mais, apenas existindo para nos prejudicar.
Estudos científicos sobre o esquecimento caminham no sentido de encontrar novas respostas e até tratamentos para muitas doenças, entre elas, a ansiedade, o estresse pós-traumático e doença de Alzheimer.
Seiso e Seiton na bioquímica cerebral… Essa não dá para esquecer!
“O nosso cérebro pratica o Seiso e o Seiton” de Carlos Santarem está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional.
Referência: “A parte esquecida da memória” – Nature * Acesso em 10/05/2021
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