Tag: ética

Operário chinês fez xixi na matéria-prima!

A gigante cervejaria chinesa Tsingtao está investigando a divulgação de um vídeo viral onde um funcionário da empresa é supostamente flagrado urinando nos ingredientes da bebida.

O vídeo surgiu na última quinta-feira (18) e mostra o funcionário dentro de um contêiner no depósito de uma fábrica da Tsingtao Brewery Co. e urinando em uma matéria-prima da cerveja.

As imagens circularam nas redes sociais chinesas, com milhões de visualizações na plataforma Weibo.

A Tsingtao anunciou na sexta-feira (20) que entrou em contato com a polícia sobre o incidente e que uma investigação está atualmente em curso.

“O lote de malte em questão foi completamente lacrado. A empresa continua fortalecendo seus procedimentos administrativos para garantir a qualidade de seus produtos”, destacou a Tsingtao.

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#squalidade #chegaderecall #qualidade #desviodaqualidade #cerveja #industriadebebidas #controledequalidade #garantiadaqualidade – outubro/2023


Nota de Carlos Santarem:

  1. Felizmente a empresa teve a notícia do ato criminoso à tempo de evitar problemas maiores e, assim, poder impedir o uso de malto contaminado.
  2. O hashtag “#chegaderecall” não é uma crítica às operações de recall, nem tampouco às empresas que os realizam. Empresas sérias e dedicadas ao consumidor preocupam-se com a qualidade de seus produtos e com os impactos que unidades defeituosas podem causas nas pessoas. O hashtag “#chegaderecall” tem o objetivo de criar um estímulo para um repensar sobre nossos sistemas da qualidade e sobre a questão de desvios reincidentes

Bactéria no colírio

“FDA adverte os consumidores a não comprar ou usar certos colírios de metilsulfonilmetano (MSM) devido à contaminação.

A FDA está alertando os consumidores para não comprarem e pararem imediatamente de usar a solução MSM Drops 5% do Dr. Berne e os colírios LightEyez MSM – Eye Repair devido a contaminação bacteriana, contaminação fúngica ou ambos.

O uso de colírios contaminados pode resultar em infecções leves a graves com risco de visão, que podem progredir para uma infecção com risco de vida.

Os colírios Dr. Berne’s e LightEyez também contêm metilsulfonilmetano (MSM) como ingrediente ativo. Esses produtos são medicamentos não aprovados e comercializados ilegalmente nos EUA. Não existem medicamentos oftálmicos comercializados legalmente que contenham MSM como ingrediente ativo.”

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#squalidade #chegaderecall #qualidade – 24/08/2023


Nota de Carlos Santarem: O hashtag “#chegaderecall” não é uma crítica às operações de recall, nem tampouco às empresas que os realizam. Empresas sérias e dedicadas ao consumidor preocupam-se com a qualidade de seus produtos e com os impactos que unidades defeituosas podem causas nas pessoas. O hashtag “#chegaderecall” tem o objetivo de criar um estímulo para um repensar sobre nossos sistemas da qualidade e sobre a questão de desvios reincidentes.


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Colaborador com apelidos constrangedores ganha na justiça e será indenizado

“Funcionário em BH chamado de ‘Patati Patatá’ na empresa receberá R$ 10 mil

‘Não tinham nome para ele. Era apelido’, contou uma testemunha no processo; o assistente de marketing da empresa também era chamado de ‘B1 e B2’ e ‘Tico e Teco’

Uma indústria de bebidas de Belo Horizonte foi condenada pela Justiça do Trabalho de Minas Gerais a indenizar em R$ 10 mil um ex-funcionário apelidado de “Patati Patatá” – em referência a um grupo circense de palhaços. Ainda de acordo com o profissional, que exercia a função de assistente de marketing, o gestor também o chamava de “B1 e B2” e “Tico e Teco” na presença dos demais funcionários da empresa.”

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#squalidade #sensosdaqualidade #faltousenso #emnomedaética #gestãodepessoas #qualidadetotal

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Quantos cliques vale a sua reputação?

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Originalmente publicado em 25 de agosto de 2018

Quando falamos de ética e de integridade…

Existem empresas na Internet que oferecem seguidores. Assim, seguem você 1.000, 2.000 pessoas que nem sequer sabem o tema com o qual você trabalha e, muito menos, concordam com os seus conceitos. Muitas vezes, nem pessoas são; são robôs.

Acabei de receber uma “excelente” proposta para disparar o meu número de seguidores em meus blogs, páginas eletrônicas e outros ambientes como o Instagram. O número de seguidores eu mesmo escolheria!

Com um grande número de seguidores “fiéis” cria-se a impressão de que você é pessoa de reputação no meio e até mesmo formadora de opinião. Não pode ser o nosso caso. Devemos buscar não “cliques”, mas batidas. Isso mesmo, eu não quero cliques em um milhão, quero apenas as batidas do seu coração.

Apenas um? Não, apenas único.

O trabalho “Quantos cliques vale a sua reputação?” de Carlos Santarem está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em www.squalidade.com.br.


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Ética: Percepção & Constatação

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16/07/2021

Uma matéria da Forbes publicada em 15 de julho de 2021 apresenta, segundo seu próprio título, “11 maneiras pelas quais as empresas podem se destacar de forma ética em todos os níveis”.

O artigo mostra, de maneira pontual, alguns aspectos importantes para uma reflexão inicial sobre medidas a serem consideradas em políticas empresariais que visam destacar a ética em suas ações.

Da minha parte, entendo que o senso da ética nas organizações permite uma relação mais positiva e profícua entre a empresa, seus colaboradores e todos os atores que se relacionam com ela, a saber, fornecedores, clientes, consumidores, governo, entre outros.  Isso é mais fácil de ser conseguido quando existe uma consciência crítica da importância desse senso. Daí o valor da implementação dos Sensos da Qualidade, entre eles, o Senso dos Princípios Morais e Éticos.

Palavras-chaves que nos ajudam a entender a profundidade do Senso dos Princípios Morais e Éticos são:

  • Código
  • Conduta
  • Ética
  • Inclusão
  • Moral
  • Princípios
  • Probidade
  • Valores

Mais do que em qualquer época, as empresas estão aprendendo que a ética, em sua essência, não mais deve ser somente percebida, mas tem de ser constatada, em nome da sobrevivência e do sucesso do negócio.

Assim seja!


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“Ética: Percepção & Constatação” de Carlos Santarem está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional.

Veja a matéria: “11 maneiras pelas quais as empresas podem se destacar de forma ética em todos os níveis”.


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Live: Ética no Momento Atual

A Ética no Momento Atual

Palestra realizada em Live no Instagram – 25 de junho de 2020

Assista a seguir a palestra. Deixe seus comenterios.


Eu falo de Ética no Momento Atual em minha primeira “live”.

O objetivo é criar um ambiente de estímulo às análises, ao estudo e ao debate sobre as questões da ética no momento atual.

A apresentação também faz uma chamada para o Painel “Ética no Momento Atual”, um evento online, gratuito e com possibilidade de muito debate, principalmente através de fóruns de discussão.

Na palestra coloco três pilares para análise:

* “Nós nascemos imorais e sem princípios” (?)

* A ética muda no tempo e no espaço

* Não existe o “certo” e o “errado”

Tais pilares, em si, mostram o porque de tantos conflitos éticos e o grau de dificuldade em assegurar a paz em sociedade. Nesse aspecto, reforço a necessidade do uso da tolerância como uma das principais ferramentas na busca do endentimento e do conflito. De mesma forma, trato do risco de posturas extremistas, de atitudes fanáticas e de atitudes truculentas que, apesar de suas razões, por mais nobres que venham a ser, em nada contribuem para uma sociedade, com pessoas dispostas a viver em harmonia.

Saiba mais sobre o Painel “A Ética no Momento Atual”

Inscreva-se agora

1° Painel SQualidade – A Ética no Momento Atual

Um evento online, gratuito e com fóruns de discussão – Participe

A ética e o burro mais rápido do mundo

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Inspirado na notícia (02/06/2020) de que a “Microsoft substituirá jornalistas por inteligência artificial”


A Inteligência artificial é o burro mais rápido do mundo, cujas ações serão decididas por algoritmos, determinados por um ser humano que ditará a forma de suas escolhas. Mesmo que ela possa continuar aprendendo, será sempre à luz da ética daquele que a desenhou. Assim, essa Inteligência poderá ser racista, pedófila e assassina, entre outras características. Ela poderá ter ideologia própria. A inteligência artificial é burra e, é certo, escrava da moral do seu criador.

Ainda não somos capazes de dar à inteligência artificial a capacidade de uma escolha que transcenda ao nível do racional, e suas decisões continuamente recaem no “Um” e no “Zero”. Por mais que sejam as variações, contadas em  muito mais de trilhões, a regra do jogo de seus cálculos é ditada pelo Humano.  Uma escolha infeliz feita por ela, na interpretação do seu “dono”, e toda a “inteligência” será reprogramada, em nome dos interesses do seu “criador”.

Uma das questões que devemos levar em conta é a sua capacidade de propagação de um conceito, de uma ideia, de uma mensagem, de uma notícia e, por que não dizer, de uma nova forma de mostrar, de maneira falseada, certos quadros da sociedade, como se fosse opinião pública de fato. A inteligência artificial (na verdade, seu criador) pode, hoje, se propor a fazer pessoas inocentes com o perfil de inimigos da sociedade e até a escrever uma nova moral.

Ela é o burro mais rápido do mundo. Conduzida de maneira certa, pode gerar muitos benefícios para a humanidade, desde que domada e com as rédeas de uma ética que preze a importância de uma informação livre, não mentirosa e não dominante por algoritmos tiranos. Pelo menos, enquanto a mantivermos dentro dos limites de uma decisão puramente matemática; pelo menos, enquanto ela tiver um raciocínio lógico humano; pelo menos, enquanto ela ainda não tiver sido agraciada com o dom do livre arbítrio…


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“Microsoft substituirá jornalistas por inteligência artificial”


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A ética da Inteligência Artificial.

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27/05/2020

Propositadamente, os versos seguem uma sequência numérica que, à primeira vista, pode não ser percebida; suas rimas também respeitam outra sequência numérica. No seu conjunto, o corpo da poesia, pretende-se como trabalho feito com uma lógica matemática somente sua, como assim é o nosso DNA, com a sua própria e poderosa lógica matemática. O domínio do DNA, a Biotecnologia, a Nanotecnologia, a Internet das Coisas, a Impressão 3D, a Integridade de Dados, a Realidade Virtual, o Bitcoin, a Blockchain, a Robótica Avançada, a Inteligência Artificial e o Conhecimento Perfeito são termos que não podem passar desapercebidos pelos interessados na relação “Gestão da Qualidade & Ética”.

Estamos a navegar por uma nova revolução.

Silenciosa, ambiciosa por vocação humana,

Não puritana por essência, dirão alguns;

Para os crentes da ciência, um novo portal.

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Ela canta novos progressos e oferece benefícios.

Ela enfeitiça, com suas facilidades.

Ela domina, com propriedade, qualquer fórum.

Nada igual já vimos antes ou mesmo imaginamos.

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Drones identificando andar e rosto do cidadão,

Robôs escolhendo o candidato bacana,

Bebês sendo clonados, como remédios comuns,

Vírus e outros seres, fabricados como arma mortal.

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Impressoras 3D imprimindo medicamento contra vários malefícios,

Roupas inteligentes são uma realidade.

A sua vida monitorada, em suma.

Tudo isso e mais! É o que esperamos?

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Celular sabe o batimento do seu coração,

Reserva a passagem para Toscana,

Manda as boas notícias de Garanhuns,

Guarda seus trajetos de forma perigosa e virtual.

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As máquinas atuando como juízes de ofício,

Julgando processos, dando suas penalidades.

Ciborgue operando cirurgias sem erro nenhum,

Carros, sem motoristas, trafegando pelas ruas aonde andamos.

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Na saúde, os diagnósticos feitos com precisão.

O aplicativo calcula e soma

As calorias para os seus desjejuns.

Os algoritmos certos escolhem a nossa vida sentimental

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Nosso tempo calculado para minutos sem desperdícios

Nossos dados, em plena vulnerabilidade.

Nossas informações disponíveis para qualquer quórum.

Nossas vidas, por ela, por completo, as descortinamos.

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Poderosa como inteligência, vemos sua constante evolução.

Nossa filha! De nós emana!

Ela domina tecnologia. Filha de Ogum?

Para aonde vamos, o caminho, sabemos, é artificial.    

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Daremos aos “Cobots” nossos empregos, como sacrifício?

As vantagens serão uma infinidade,

Dirão cientistas, políticos, tarólogos e médiuns?

Já atravessamos o portal e nós nem reparamos!

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De tudo o que vimos, uma conclusão:

Como bebês, da natureza humana,

Ela nasceu sem princípio algum.

A quarta revolução, nasceu sem ética, sem moral.

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É verdade, ela nasceu ontem, sem princípios;

Nasceu descuidada e sem maldades.

Protegida da má-fé, de jeito algum,

Da atuação de bandidos, “hackers”, “crackers” e “tiranos”

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Agora, deixando de lado a preocupação com métricas e algoritmos, poesias e matemática, é hora de um olhar rigoroso sobre este novo ambiente, o qual chamamos de quarta revolução industrial, especialmente no tocante a uma ética a ser escrita para a inteligência artificial.

Carlos Santarem – 27/05/2020


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A Ética na Rede

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Nossos códigos e leis nos deixam de maneira clara a obrigatoriedade de sermos éticos a qualquer hora e em qualquer lugar, se assim desejarmos conviver entre indivíduos da sociedade que aprovou tais códigos e leis. Outros indivíduos, componentes de outros grupos de sociedades diferentes da nossa, poderão viver éticas diferentes, ter códigos e leis que contrariem até mesmo a moralidade da sociedade a qual vivemos, mas terão tais sociedades, invariavelmente, duas coisas em comum: a cobrança da ética a qualquer hora e em qualquer lugar e a aplicação de penalidades quando se infringe seu código.  Mas podemos ter éticas diferentes? 

Sim, não só podemos como elas existem na sua essência; aí sim, dependendo do lugar ou do tempo. É sabido, por exemplo, que atualmente em determinadas regiões do nosso planeta, uma mulher pode ter – dentro da ética e da legalidade – mais de um marido. A recíproca também é verdadeira. Também sabemos que, até pouco tempo atrás, pelo código brasileiro estabelecido, se um casal de marido e mulher distraidamente se beijasse em uma praça pública estaria infringindo o código nacional (!!).

Quando tratamos de grupos e sociedades diferentes, podemos sim, enxergar éticas diferentes, moralidades diferentes, códigos diferentes, leis diferentes. Ao mesmo tempo, com esta certeza, é verdadeiro reconhecer que temos de respeitar a ética, a moralidade, o código e as leis do grupo que resolvemos participar e nos acolheu como um dos seus membros

Um simples exercício deixa isto muito claro. Queiramos ou não, é fato que as quadrilhas de bandidos e canalhas tem seus códigos bem estabelecidos e suas penalidades bem determinadas. Em outras palavras, nenhum grupo que se propõe ser organizado pode prescindir de ética, moral e leis…

Agora, nos tempos de hoje, temos de ser éticos, em qualquer hora, em qualquer lugar e em todos os “não lugares” nos quais estamos presentes, não fisicamente, mas apenas de maneira virtual! Em outras palavras, temos de nos expressar eticamente através das redes sociais que enviam nossas mensagens de maneira codificada. Assim, temos de cuidar de colocar nossas inserções de maneira correta à luz de nossos códigos.

Hoje vale uma reflexão sobre esta questão. O primeiro ponto é: em nenhum momento deixemos de nos expressar, colocar nossos pontos de vista, nossas ideias, visto que somos – todos nós – dotados de um conhecimento que pode e deve ser compartilhado, não para ser adotado como verdade absoluta, mas para ser compartilhado e dele, se assim for, ser extraído o melhor.

O segundo, fazê-lo com responsabilidade, uma vez que o verbo e a palavra podem ir mais longe e mais rápido do que uma bala. Verbo e palavras erradas causaram – e ainda causam –  um mal muito maior do que muita munição. Quantas vezes, uma caneta nas mãos do Mal, ao assinar um decreto, pode matar mais do que cem metralhadoras? Muitas vezes…

… Canetas existem indóceis por aí, pelo mundo, tentando descobrir novas maneiras de calar as redes sociais.

Ao cuidarmos de nossas comunicações nos “não lugares”, como assim são conhecidos os ambientes de rede sociais, temos de estar fundamentados não somente em verdades (até porque, para alguns, sempre existe mais de uma), mas em fatos. E contra fatos não há argumentos.

Quando nos referimos às inserções na rede, todo este cuidado em nada se diferencia com aquele do silvícola que utilizava sinais de fumaça para enviar suas mensagens através de códigos próprios para outros indivíduos distantes. Tinha ele de seguir a moral do seu grupo para enviar as mensagens. A diferença reside no fato de que, ao contrário dos sinais de fumaça, nossas mensagens pela rede têm uma velocidade maior, atingem um número infinitamente maior de indivíduos e, ao invés da fumaça, ficam registradas para sempre na rede, mesmo que muita gente ao “apagar” pense que não.

A ética na rede, no entanto, não se restringe ao que se insere, curte ou compartilha, mas também como o indivíduo se comporta dentro da rede. Este tópico, no entanto, é assunto para depois…


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Corrupção, Ética & Sonhadores

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No próximo dia 2 de maio, os brasileiros poderão comemorar, ou melhor, dedicar parte do seu dia, para refletir sobre questões críticas pelas quais passa a humanidade e, especialmente, o país, no tocante aos assuntos da ética. Isto porque o dia 2 de maio é considerado o Dia Nacional da Ética.

Da minha parte, na verdade, deve ser mesmo uma data a ser comemorada, não pelo atual quadro nacional que ora está em nossa frente, mas pela teimosia obstinada de alguns sonhadores (será isso uma doença?) em sua cruzada por uma nação onde as relações de ordem política, corporativa e tantas outras de ordem social sejam pautadas à luz da ética.

Pessoalmente, e junto com cerca de setenta profissionais do país, de vários segmentos, estive envolvido com a elaboração da norma antissuborno, publicada pela ABNT. Estava lá, o Carlos Santarem, em várias reuniões, muitas delas na modalidade de web conferência, com  outros tantos, de outros estados, debatendo sobre a norma, tomando ciência de como estava o andamento da elaboração da versão de cada país envolvido e vivendo sua participação em um momento no qual eu considerava muito importante para mim e para a minha empresa.

Ora, se não sou filósofo, tenho autoridade para falar sobre ética? Sim, cada um de nós, como animal social, não somente pode, como deve e tem de debater esse assunto!

Ora, se não sou advogado, tenho autoridade para falar sobre leis? Sim, e com todo o respeito aos meus queridos e imprescindíveis amigos do Direito, costumo dizer em meus cursos que “as leis, não são feitas por advogados, nem feitas para eles. As leis são feitas por cidadãos que nos representam e para todos os cidadãos, incluindo-se aí os advogados, farmacêuticos, jornalistas, engenheiros, aposentados, enfim, todos nós”.

Uma das posições que assumi na época de debates sobre a elaboração da norma foi a de defender um termo que, acredito, é mais importante do que o termo “ilegal”, quando tratamos de suborno. O termo de minha escolha é “delito”. Quem nos garantiria que, com o andar da carruagem, por lei, fosse determinado suborno, não o ato em si, mas um teto a ser considerado? O “legal”, historicamente, muitas vezes mostra-se verdadeiramente imoral.

Temos todos de falar de ética e, o que mais me impressionou na época, foi assistir dezenas de profissionais de várias organizações, privadas e estatais, vibrando como homens e mulheres apaixonados pelo tema e acreditando estar fazendo algo pela sociedade.

Infelizmente, um ponto em comum tinha de ser colocado logo no início das reuniões. Ponto esse que foi colocado em consenso entre todos os profissionais que estavam a elaborar a respectiva norma em todos os países onde vemos a ISO: a constatação de que nunca a sociedade poderia banir, de todo, a corrupção de nossos meios.

Assim, na elaboração da norma, iniciamos uma guerra a qual tínhamos (e temos) a consciência de que o inimigo não sucumbirá a nossos pés. O inimigo que circula, como um vírus, em nosso corpo, através de nossa corrente sanguínea, sempre encontrará um vaso de escape e uma célula para atacar e contaminar.

Loucura então a elaboração de uma norma assim? Uma norma sem caráter compulsório, sem força de lei que, ao invés de ser adotada pelas empresas e pelos governos pode ficar esquecida e empoeirada nas prateleiras da ABNT?

Sim, loucura! Loucura de sonhadores Dom Quixotes que não estão isolados, uma vez que esta teimosia pela ética é mesmo uma doença, mostrando-se, hoje em dia, extremamente contagiosa entre os brasileiros. Uma teimosia ética, na forma de anticorpos que poderão fazer com que o mal da corrupção possa ficar sob um controle razoável e, quem sabe amanhã, com a descoberta de um “novo remédio” (eu e a minha mania de farmacêutico) ser expelido pelos intestinos da sociedade.

Assim seja!


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